terça-feira, 28 de agosto de 2012
Brasil: 59 Noites, relatos em domingos.
Dia 8
Um boneca apareceu fez-me ser humano e o dia todo amanheceu. Hoje fiz fotos, toquei violão, briquei, amei, senti saudades daquilo que ainda não se foi. Reconheci limites, aceitei o tempo do meu passo seguir. Meus dias no Rio chegaram ao fim.
Dia 9
O vôo da cidade maravilhosa até as cataratas dos Iguaçu me custou um tanto de adrenalina e umas cifras imprevistas arrancadas do terceiro bolso da calça. Entre o limiar de estar quase tranquila e nervosa, percebi-me atuando com jeito de quem se diz preocupado pra ver se consegue atenção ligeira das pessoas, quase como um apelo, tocando o outro pelo desespero. Até porque seria estranho estar prestes a perder o vôo e continuar caminhando macio. Cheguei hoje de surpresa na casa dos meus pais. Minha mãe numa espécie de desespero e alegria gritava: minha filha! Meu pai chorava. E eu escutava meus pensamentos em uníssono no coração acelerado. Dormi
Dia 10
Voltei a ter pensamentos, os mesmos de quando eu morava na casa dos meus pais. Pensamentos de morte, de medo e sofrimentos. Pensamentos da criança que fui, que ocupavam minhas horas e me deixavam semanas na mesma página do livro.
Dia 11
Dia de paz, de longos vôos em meus sonhos internos, tão externos quanto amanha chegar. Hoje voltei a meditar, em dias de férias é doce dormir. Decidi recomeçar, cozinhar, amar o meu futuro marido, transformar.
Dia 12
Passei o dia em casa, como gostova de fazer quando criança. Sem compromissos, só vontade de me sentir com tempo livre e curtir a preguiça deitada nas horas do dia. Depois de exausto o corpo, de tão pouco fazer, sai à caminhar pelas ruas e quando chegou a noite a casa encheu de pessoas e o descompasso invadiu meu querer-fazer. É nesses momentos que esqueço o que fazer com as mãos.
Dia 13
Só acordei pra passear com as crianças, senti-me responsável e velha. Depois fui almoçar com toda familia e de novo o descompasso que nem sei nominar. Falei e escutei, tentei entender e voltei pra casa certa da importância da solitude para manter a saudável e necessária distnacia entre o eu e o outro, através do qual desabrocha-se o amor.
Dia 14
Há tempos na vivia domingos como esse de hoje. Domingo de família, domingo de churrasco, domingo de sentir o cansaço no corpo, por passar horas digerindo a comida do almoço. Durmir no meio da tarde, no meio da sala, camuflando pensamentos, esperando o tempo passar. Domingos de vazio, de tão cheios terem sido vividos. Domingos de hábitos que não são mais meus.
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