
Cheguei em Nantes, parecendo turista daqueles mais destrambelhado, e que nunca pisou em solo frances...Euforica, tentava conter o sorriso ao andar pelas ruas, de volta a uma das cidades que mais me encantou neste país, querendo falar frances, pensando em ingles, rindo em portugues...As frases nao me viam, era tanta emocao- de medo/receio, excitacao/desejo, um desassosego que me levava passado e me voltava futuro. Respirei. Respirei. Andei. Re-conheci lugares. Escolhi uma Brasserie pro café da manha..Chovia e eu estava tao atravessada que pedi pra moça um café, e ela viu minha inquietaçao e sem nada indagar me ofereceu um lugar pra sentar. Quando recuperei o folego pra falar, ela já vinha com o café na bandeja, daqueles do tipo mini-café, arretado mesmo, forte! com pedacinho de chocolote. E eu silencio...queria atitude, mas me vinha timmidez...tudo bem, decidi que comeria depois, em outro lugar, talvez no trem. Abri o jornal, que ganhei na rua de um moço que queria me dar tres, comecei a ler. No entanto, a ebuliçao que tinha em meu peito estava tao viva que nenhuma reportagem me interessava, eu lia as palavras e continuava olhando pra dentro, centrada em minhas emoçoes, feito quando criança em que meu pai pedia pra eu dizer o que tinha entendido da reportagem e eu nao sabia nada dizer...mas é que se ele perguntasse o que eu estava sentindo enquanto eu tentava ler a reportagem, descreveria em nitidos rascunhos todas as minhas emoçoes. Parei de procurar no jornal o que eu nem queria ler e voltei a sentir...Chegando e Rennes, depois de 1h e meia de viajem, ninguém me esperava. Pensei: esse negócio de mandar msg de celular pra outro país ainda é coisa que preciso pegar a mãnha! Monica não teria recebido a mensagem...entre comprar um cartão telefonico e descobrir como chegar na casa, decidi o que me parecoa mais prazeroso...cheguei na casa e por sorte a Mo estava lá. Foi um abraço gostoso, quase normal, de quem tá longe e perto ao mesmo tempo. Conversa aqui, conversa ali...tantas mudancas em mim percebidas ao compartilhar meu tempo com ela...um pouco de filosofia, análise de sentimentos, sensaçoes, entraves na vida, jeito nosso de ser..Feliz de ter ido, de te-los por perto...vontade mais forte de seguir a caminhada sem fim...e com ela o medo de esquecer de quem amo...sonhos...sonhos sao destinos...Já no aeroporto, minutos antes do embarque, aliviada de despachar a mala que vim buscar, com 19.8Kg e de ter feito um cambalacho na mochila de mao que pesava 11Kg, dos 10kg permitido. A aeromoça chama pro embarque, tem fila, é hora de partir,
simbora!! todo mundo de passaporte vermelho e eu mostro o azul, também nem queria...preferiria daqueles do tipo colorido, escrito em cima "só pra quem sabe viver...