domingo, 11 de dezembro de 2011

Feito verde-calmaria...

Quarto pintado, cheirando a pessego, os móveis escolhendo seu lugar exato, dando espaco pro vazio habitar no centro da cancao. Cada dia que eu pintava, me causava tamanho envolvimento que percorriam em mim pensamentos alheios...sensacoes das mais diversas...oportunidade de emparelhamento.
Quarto quase pronto, um ou outro toque, entre lembrancas e desejos, sorriso no peito `a espera de que tá chegando- sossego-coracao, e a mao gelado-vermelha de quem comeca a desconfiar do fim do outono. O frio da rua deixou minhas maos frágeis e endurecidas, tentei abrir a porta de casa, realizei estupefada, nao tinha forcas, o sangue nao circulava, estava frio e eu nao percebia, já nao sentia minhas maos. Foi para mim mais uma descoberta, chegar em casa, abrir a torneira na agua fria e dar vida as minhas maos, alguém me disse!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Passeio pela frança...

Cheguei em Nantes, parecendo turista daqueles mais destrambelhado, e que nunca pisou em solo frances...Euforica, tentava conter o sorriso ao andar pelas ruas, de volta a uma das cidades que mais me encantou neste país, querendo falar frances, pensando em ingles, rindo em portugues...As frases nao me viam, era tanta emocao- de medo/receio, excitacao/desejo, um desassosego que me levava passado e me voltava futuro. Respirei. Respirei. Andei. Re-conheci lugares. Escolhi uma Brasserie pro café da manha..Chovia e eu estava tao atravessada que pedi pra moça um café, e ela viu minha inquietaçao e sem nada indagar me ofereceu um lugar pra sentar. Quando recuperei o folego pra falar, ela já vinha com o café na bandeja, daqueles do tipo mini-café, arretado mesmo, forte! com pedacinho de chocolote. E eu silencio...queria atitude, mas me vinha timmidez...tudo bem, decidi que comeria depois, em outro lugar, talvez no trem. Abri o jornal, que ganhei na rua de um moço que queria me dar tres, comecei a ler. No entanto, a ebuliçao que tinha em meu peito estava tao viva que nenhuma reportagem me interessava, eu lia as palavras e continuava olhando pra dentro, centrada em minhas emoçoes, feito quando criança em que meu pai pedia pra eu dizer o que tinha entendido da reportagem e eu nao sabia nada dizer...mas é que se ele perguntasse o que eu estava sentindo enquanto eu tentava ler a reportagem, descreveria em nitidos rascunhos todas as minhas emoçoes. Parei de procurar no jornal o que eu nem queria ler e voltei a sentir...Chegando e Rennes, depois de 1h e meia de viajem, ninguém me esperava. Pensei: esse negócio de mandar msg de celular pra outro país ainda é coisa que preciso pegar a mãnha! Monica não teria recebido a mensagem...entre comprar um cartão telefonico e descobrir como chegar na casa, decidi o que me parecoa mais prazeroso...cheguei na casa e por sorte a Mo estava lá. Foi um abraço gostoso, quase normal, de quem tá longe e perto ao mesmo tempo. Conversa aqui, conversa ali...tantas mudancas em mim percebidas ao compartilhar meu tempo com ela...um pouco de filosofia, análise de sentimentos, sensaçoes, entraves na vida, jeito nosso de ser..Feliz de ter ido, de te-los por perto...vontade mais forte de seguir a caminhada sem fim...e com ela o medo de esquecer de quem amo...sonhos...sonhos sao destinos...Já no aeroporto, minutos antes do embarque, aliviada de despachar a mala que vim buscar, com 19.8Kg e de ter feito um cambalacho na mochila de mao que pesava 11Kg, dos 10kg permitido. A aeromoça chama pro embarque, tem fila, é hora de partir, simbora!! todo mundo de passaporte vermelho e eu mostro o azul, também nem queria...preferiria daqueles do tipo colorido, escrito em cima "só pra quem sabe viver...

França...

...quando eu penso em português...

Comida Coreana

Num fim de semana desses estava entretida no meu quarto quando meus flatmates me chamaram pra almocar com eles. Achei super bacana a idéia e fui...livre pra experimentar! Serviram meu prato com arroz lilás, de nome Ogokbap, e macarrao bem fino e macio, feito de soja, Harusame, com carne de frango. Eu toda curiosa e euforica enchi a boca de comida, já um pouco habituada com a pimenta irlandesa achei que dava conta, mas foi demais!! Naquela hora deve ter saído faísca dos meus ouvidos..auauuaua, quanto fogo!...e eles me explicavam que era saudável, regulava o intestino e limpava os pulmoes. Dois minutos e nossos narizes comecaram a escorrer. Isso era bom! mas eu precisava ir aos poucos...fiquei no arroz...e a gente conversava...existe uma tradicao na Coreia do Sul de oferecer comida aos vizinhos, conhecidos, parentes e amigos, quando dá vontade... isso acontece de vez enquanto, nao existe uma data certa, pelo que eu entendi a data vem do coracao...eh simples, uma mae de familia comeca a cozinhar, dai no ato de fazer a comida ela lembra de fulano, e faz um pouco mais, depois lembra do ciclano, e acrescenta um cadinho a mais, daí também tem o cicrano que tem dois filhos, nossa e o beltrano....e quando ve foi feito uma panela gigante de comida pra todo mundo desfrutar!! sabe se lá se nao é daí que vem o ditado "igual coracao de mae sempre cabe um a mais"...e nesse dia, sem me avisar, sem saber se eu já tinha almocado, veio neles a vontade de me oferecer um prato de comida. Eu que nao estava com fome, aceitei pra saber no que ia dar...(a foto foi antes de comer e o porque do sorriso- a expectativa, rs, depois...água).