terça-feira, 23 de outubro de 2012

Budapest


Eu estava imersa em tamanho estranhamento e caminhava na mesma rua de um lado para o outro sem nem perceber os movimentos. A cidade agitada: uma cirene, uma buzina, meu corpo sofrendo os sete pecados - o coração no Brasil. Procurava quase desesperadamente um rosto que tivesse qualquer traço parecido. Queria tanto falar, mas ninguém teria o desprendimento de olhar nos olhos de uma desconhecida e arriscar o encontro, nem mesmo eu. Eu estava muito dispersa e o sonho de Budapest agora parecia o avesso. Suspeitei: a vida pode ser muito vazia, solitária e sem grandes magias. Respeitei o quadro.

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