Jamais pensei que procurar uma casa para morar causasse em mim tamanha descoberta. Sim, essa é a palavra, des-coberta, pois que comecei a procurar um outro espaço que me trouxesse novamente aquele estranhamento que faz a vida seguir em lentos pensamentos, como as àguas calmas e translúcidas do rio, que faz chegar o silencio onde nem sempre está. E como quem sabe o que procura, deixando por vezes passar as entrelhinhas, olhei a primeira casa, olhei a segunda, a terceira....nada me satisfazia! Ou era longe do centro, ou era o quarto pequeno, ou era a quantidade de brasileiros, ou a sujeira da casa, ou ou ou....quando já cansada, domingo de meio dia, dia em que eu precisava deixar a casa antiga, descobri que não era casa alguma que eu procurava, o que em mim batia a porta era de novo a mesma questão, latejante, me trazendo de volta pro lugar onde em mim, me sinto em casa: minhas sensações, sentimentos, pensamentos, jeitos de agir e antes mesmo de conhecer a casa que escolhi para deixar minhas bagagens, comer, tomar um banho e dormir, algo em mim dizia que a procura pela casa nova tinha terminado. Não me importei com nada, se era limpa, se era longe, ou quem eram as pessoas, queria apenas trazer a mudança, tomar um banho e descansar. Procurar a casa era só um jeito outro de continuar a mesma jornada, a mesma busca interior, o caminho sem volta.
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