domingo, 20 de novembro de 2011

lá pelas 5h da manha...

Saiu sozinha, voltou sozinha, como poucos faziam. Na noite eram tantos estrangeiros que adoravam o Brasil, tanto quanto brasileiros `a rodearem sua saia. Nenhum deles tocou seu coracao, um segundo se quer. Um deles, alcancou seu pensamento, provocou-lhe um sorriso sincero, mas estava, como ela, tao livre, que se esqueceram despedida. Ela voltava pra casa suada de tanto dancar e pensava como era fácil ser livre ao avesso, era mesmo a cara da Irlanda, país em crise, jorrando empregos voláteis, tristes, como os fins de noite. Pessoas quase desesperadas `a procura de alguém. Independencia de fachada, povo de felicidade fugaz. Como era fácil ser mais uma. Ela queria experimentar, mas se ao menos nos olhos a vissem...nao, nao... teria que confundir repulsa com desejo...poderia até outro dia tentar, mas nessa noite nao, estava bebada de vida...e ele falava e ela nem ai praquele blablablá, mas escutava, porque lhe interessava saber no que ele era bom...Sem sono, resolvera terminar a noite escrevendo.

quando ela se maqueia...

em frente ao espelho ela comeca a montar o jogo, de peca em peca vai encontrando desejos, desmestificando cenarios, provando outros vicios...risadas, dialogos...um gole, um trago...e ela sai escolhendo o que quer que os outros nao vejam... brincando menina, seduzindo mulher... eterrnamente menina quase sempre mulher!

Uma rosa morreu...

Hoje, deixei minha rosa aos cuidados do rio Liffey, para que ele a conduzisse `as profundezas do mar, onde repousa o pensamento do mundo, onde o amor costuma cantar...Sim, hoje minha rosa mora no rio e nao mais ezala seu perfume em meu quarto. Suas pétalas outrora de vermelho esmeralda, seguem umido escarlate depois de seu último sopro. Talvez quem esteja lendo se pergunte o que tem a ver a rosa em cheirobranco? Pois bem, explico. Tudo comecou com um sonho, eu durmia num quarto qualquer, onde ao lado da cama uma rosa vivia. Despertei em meu sonho sem saber onde estava e o que fazia por ali. Alguém segurava com forca meus bracos e eu comecava a sentir medo.
O medo-> a impotencia -> o descontrole-> a raiva! Eu implorava pra sair de lá, conversando com uma outra parte minha eu pedia, pedia e dizia que eu sabia que era importante estar ali, mas estava difícil e eu queria acordar. A raiva aumentava e levantei a mao pra bater na rosa, destracalhando suas pétalas de luz e entao acordei, voltei pra esse nosso mundo e envergonhada percebi o que tinha feito, a raiva era minha e quem sofreu foi a rosa, que estava ali apenas para me fazer amar. Nesse dia, entendi uma faceta delicado do amor e que nada, nem ninguem merecia sofrer por meus caprichos. Sai mais cedo pra rua pra procurar a minha rosa e cuidá-la até os nossos últimos dias. Nossa rotina se dava assim: eu levantava de manha, lhe fazia um afago e antes de ir pro trabalho deixava ela na porta de casa com um bilhete dizendo: Rosa da Daniele, apenas para pegar um ar e um sol. E quando eu voltava pra casa, dava-lhe um cheiro e a recolhia pra dentro, quando nao já o tinham recolhido. Certo dia, um dos moradores veio me perguntar quem era "o apaixonado" que todo dia deixava uma rosa em meu nome. Sorrindo lhe disse que quem amava era eu.
obs.: Inspiracao de pequeno principe: "Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas."

E brasileira tem olhos azuis, cabelos louros e pele clara?


głosów i Poloneza? Sind Sie Deutscher? Skandinavisk er du? Vous etes francaise? Вы русский? Čeština je vám? Poloneza? Alema? Scandinava? Francesa? Russa? Checa? Brasileira? E ela de coracao verde e sorriso amarelo responde Yes!...Oww I love Brazil. Football!! Football!! Quando nao, cansada de tantos palpites arisca Oui, Je suis francaise, e imita elegancia, ou entao Yeah, I am polish, faz um drama e continua falando ingles. Pois de que adianta saber onde vieram seus sonhos, em que areias pisaram seus pes ou quais os ventos lhe sobraram destino, se quando ela chega, toda história se desfaz, nao porque ela queria, tentara outras vezes historicizar, mas é que agora um jeito des-humano, des-pretencioso, des-alienado, quase superficial a leva pras festas. E os poloneses a contemplam simples ser-estar. Virgem de cultura, nao ousa responder perguntas do tipo que lingua voces falam? ainda tem indios por la?... Ahhh...europeus, tao cheios de glamoures, reverencias, estátuas de marmore pelas ruas, trombetas exaltado velho mundo, esquecem o que outrora foi colonia, que o grito do ipiranga nasceu de pele clara, que indepencia ou morte nao veio dos tupis, embora soubesse ferir. Pois que agora sou do mundo, tenho os olhos `avidos de vida, os cabelos cumpridos de labuta e a pele desinibida...

sábado, 19 de novembro de 2011

'Pra me danar por esta estrada...'


Liberdade é coisa séria. Todo mundo deseja, mas ninguém consegue por ela viver. Perdidos em devaneios continuamos tentando, ora passado, ora futuro. Quando se basta um simples saber morrer, nem antes, nem depois, Agora 'mundo a fora ir embora sem sair do meu lugar.'Liberdade

domingo, 6 de novembro de 2011

Howth


Hoje cedo escolhi ver o mar, na companhia de quem me quisesse por perto. E antes mesmo de lan'car o convite a um ou outro querido, a história já montara a mente em minha cena, e a imagem era ela, somente ela só, toda sua caminhando pela rua. De trem e pensamentos cheios, tantos estrangeiros a desejar algumas horas em torno do mar...Cheguei sentindo sentimento e ao sair da esta'cao, ahhh que eu encontro o encantamento, cidadezinha aconchegante, repleta de pequenos detalhes enfeitando a península de Howth, a 15km de Dublin. Dia de sol e friozinho agradável, de vento em bossa nova tocando delicado as paredes do céu, deixando o sol envergonhado e o mar arrepiado...Tive receio..e o cuidado de partir antes que a lua toda brilhasse, pois que fiquei o dia repartida entre sensa'coes e pensamentos alheios que tamanha beleza poderia meus olhos cegar...

sábado, 5 de novembro de 2011

Curso de Meditacao Vipassana em Wikclow

Foram 3 dias de intenso contato com o  indispensável da vida: amar e trabalhar. De colocar a atencao em cada movimento do corpo, em cada sensacao-sentimento, de estar consciente até mesmo em sonhos e descobrir que a estrada é mais longa do que possa ante-ver...observar, lapidar relacoes, comportamentos, ser e estar o mais próximo do agora, deixando escoar  pensamentos... leves, sorrateiros, profundos, renitentes... aceitar, driblar  pequenos entraves na cozinha, sentar... meditar, deixar-se suspender em tempo e espaco ... e esvaziada,  a mente testemunha os desejos, e o corpo segue leviano de volta pra casa.